Não há 8 perdas – Parte IV

[IV] O que Ohno diria se, ao seu conjunto original de 7 perdas, fossem adicionadas outras mais? Se ele estivesse aqui e agora?

A fábrica estava barulhenta. Eles tiveram que se afastar da estação de trabalho que Ohno estava observando.

[R]: Eu não entendo como um gerente de vendas, com treinamento cruzado em várias operações de manufatura, diz que estoque é valor e que estoque é somente uma “perda provável”…

[O]: Ele é um gerente inteligente.

[R]: Eu não pude discordar quando ele me perguntou: “Seria de algum valor vender um produto para o consumidor com 7 dias de atraso se ele o quer imediatamente? Que valor estaríamos agregando para o cliente se um concorrente entrega o produto imediatamente? Nesse caso, existe valor para o cliente quando o estoque está próximo e se ele não precisa esperar pelo tempo de entrega.” Eu não pude refutar seus motivos.

Ohno sorriu com uma leve expressão maliciosa.

[O]: Disse ele que “Perder uma venda é a perda mais importante!  A parte mais importante do fluxo é o processo de vendas. Eu chamo isso de “PERDA POR SUBOFERTA” ? Foi isso que o gerente de vendas disse?

[R]: O gerente de logística disse o mesmo com outras palavras – ele prosseguiu, sabendo que Ohno não lhe daria respostas. Eu concordo com ambos, mas naquele momento eu estava confuso: como o estoque poderia significar valor se você o classifica como uma das perdas mais importantes?

 [O]: Disponibilidade de produto! Eu quero trabalhar em uma cadeia de lojas de varejo quando me aposentar – ele disse enigmaticamente.

[R]: Depois disso – Roger continuou – eu percebi que uma definição de ESTOQUE como PERDA PROVÁVEL caberia tanto para produção leancomo para a logística lean.

[O]: Boa tentativa, Roger-san. O que mais?

[R]: Também percebi que eliminar perdas é diferente do que agregar valor – ele respondeu, surpreso ao ver que Ohno não se espantou nem se incomodou com sua resposta.

[O]: Você está propondo melhorias nos conceitos de perda e valor, Roger-san? ….. Tente pô-las em prática, se você pensa que sim.

[R]: Só mais uma coisa, Sr. Ohno. O gerente de vendas me disse qual a diferença entre agregar valor e não ter perdas. “Imagine que hoje nós estamos fabricando uma máquina de telex perfeita em um processo perfeito (sem perdas). Qual é o valor agregado se ninguém mais quiser comprar essas máquinas? Você deve pensar primeiramente em agregar valor, e depois em eliminar perdas”.

[O]: Isso é exatamente o que estamos fazendo diariamente no Departamento de Desenvolvimento de Produto e nas Operações. Mas, diga-me, qual é a relevância dessa diferença sutil?

[R]: Eu li livros nos que não-perda é utilizado como sinônimo de valor. Também vi muito esforço para eliminar perdas, e menos esforço paraagregar valor, especialmente com os novatos da filosofia Lean. Isso também ocorre quando o setor de Marketing/Vendas está separado do setor de Operações. Se Marketing E Operações pensarem como agregar valor E eliminar perdas EM CONJUNTO, a empresa proporcionaria maior satisfação aos clientes com menor custo.

[O]: Isso é exatamente o que faz o Engenheiro-Chefe, que avalia tantovalor quanto perdas, desde o início do desenvolvimento do produto – lado a lado com o cliente-alvo – até a definição do produto e dos processos. Para o nosso próximo encontro quero que você pense sobre como outros tipos de perdas se encaixam na logística. Agora, preciso ir.

Ohno saiu, enquanto Roger verificava mentalmente as palavras… ESTOQUE = PERDA PROVÁVEL, SUBOFERTA, VALOR<>NÃO-PERDA.